quinta-feira, junho 30, 2005

Linhas Atrasadas

Já houve tempos em que não pensava muito nas coisas,
Agia, sem medo
E deixava os deuses falarem pela minha boca,
Usarem o meu corpo.
Livremente.
Sem receio de vingança, ódio ou céus negros
Toldarem os meus dias.
As palavras que construiam os meus dias eram simples,
Faziam-me chorar, sorrir,
Deixavam saudade ou mágoa,
Mas nunca indiferença.
Nunca ficava tão cheia deste medo
Que agora me povoa.
E os dias eram todos novos,
Por descobrir.
A idade era irrelevante
Porque o peso do meu amor nunca era demais nos teus braços

Porque é que chegaste tão cedo,
Ninguem me responde a esta pergunta.
Porque é que partiste mais cedo ainda,
Ninguém sequer quer saber.
Caos, coincidências, acaso
Não me convencem
Os porquês de todos os pequenos turbilhoes de frases que atirámos um ao outro
O porquê de terem sido tão longos
E tão curto
O tempo
Ninguém me diz
Ninguem torna estas perguntas
Em certezas qe nunca vou ter.
Aceitamos as questões
Porque não temos tempo para as respostas, nem queremos ver de novo aquela angústia.

Só o vazio.
Nestas linhas atrasadas.

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